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RAIMUNDO NA REDE

Por: | 21:07 1 comentário
Deitado na rede pendurada na varanda da casa, olhando para a enorme mangueira que mais uma vez começava a florescer, Raimundo balançava sem preocupação enquanto cantarolava uma música qualquer, que em um dia qualquer, ouvirá em uma rádio qualquer.

Vida boa essa de Raimundo, sem preocupações, sem desespero, sem inquietude, sem lamentos. Ele aprenderá desde muito cedo que para ser feliz, não era preciso muita coisa.

- Uma muda de roupa, um café passado num coador manchado e um pedaço de rapadura já estava de bom tamanho. - Respondia o homem quando lhe indagavam sobre suas ambições.

No canto da área, o magro cachorro Linguiça dormia sem preocupações. Dizem que os animais imitavam os donos. E isso Linguiça fazia muito bem. Abanava as orelhas maquinalmente para espantar os mosquitos que insistiam em sentar ali.

O céu começou a gritar, os trovões eram ouvidos por quilômetros, os pingos começavam a cair. Raimundo lembrou-se das goteiras que a casa tinha. Por um momento cogitou levantar e arredar uma cadeira que certamente ficaria encharcada. Cogitou, cogitou, cogitou. Terminando isso, balançou mais uma vez na rede e lembrou-se das palavras de uma pessoa especial:

- Não se preocupe, pois o mundo pertence aos "vagabundos".





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