Carolina erguia
a cortina.
.E Maria olhava e sorria:
"Bom
dia!"
.
Arabela foi sempre a mais bela.
Arabela foi sempre a mais bela.
.Carolina a mais sábia menina.
.E Maria, apenas sorria:
"Bom
dia!"
.
Pensaremos em cada menina
Pensaremos em cada menina
Que vivia
naquela janela;
Uma que se
chamava Arabela,
Outra que se
chamou Carolina.
.
Mas a nossa profunda saudade
Mas a nossa profunda saudade
É Maria,
Maria, Maria,
Que dizia
com voz de amizade:
"Bom
dia”
O poema As Meninas
de Cecília Meireles sempre me mercou. Recitei-o a cerca de dez anos em um sarau
no colégio onde eu estudava.
É tão bonito ver a singeleza de Maria. Maria que não era tão
bela, Maria que não era tão inteligente. Maria que era... Normal.
Normal?
O que é ser normal?
Normal é estar de acordo com a normalidade.
Se pensarmos na contemporânea normalidade, será que Maria
seria considerada normal?
Maria era diferente. Maria era simples. Maria era especial.
Na sua simplicidade, conseguia cativar a todos. E com um
cativar de Saint-Exupery.
As pessoas sentiam mais falta de Maria do que de Arabela e
Carolina.
Ela nos mostra que não há necessidade de inteligência e
beleza para cativar os outros e ser lembrado com profunda saudade.
Inteligência, Carolina tinha.
Em beleza, ninguém superava Arabela.
Porém, Maria, tinha a verdadeira essência do cativar.
Maria era simples, alegre e trazia sempre em seus lábios um
doce e sincero:
Bom dia!
0 comentários:
Postar um comentário